sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Intolerância religiosa mata!

Voltemos ao ENEM e ao debate sobre a intolerância religiosa. 


Fonte Latuff 2013





A historia nos levou a uma formação heterogénea de povos em suas etnias e crenças. No brasil não poderia ser diferente e vivemos numa diversidade evidente de géneros raças, sexualidade e religiões ou crenças praticadas no país. Esta aí a importância da manutenção de um Estado que seja laico, para assegurar o direito de cada um praticar determinada crença de determinada religião. Apesar dos direitos e deveres estarem bastante explícitos na legislação, não é exatamente o que notamos na prática, em que a laicidade é diretamente atacada num embate entre fiéis, na busca pela hegemonia do que consideram religiosamente certo. Ataque esse físico e psicológico e principalmente excludente, àqueles não pertencentes aos crentes.
É imperativo colocarmos em análise que, tal embate não acontece de forma puramente religiosa, mas também alimentado e mantido por aspectos morais e aspectos concernentes ao racismo, herança que carregamos da escravidão e que confirmamos no gráfico apresentado, em que as religiões afro-brasileiras ocupam o topo no sofrimento oriundo de discriminação religiosa. Portanto, a religião tem sua função implícita de controle social e a tentativa em estabelecer o predomínio das classes burguesas e brancas, questões inerentes a qualquer instituição e também histórica com a expansão das ideias e hábitos europeus.
Com isso, ao pensarmos em formas de combate a intolerância religiosa, precisamos pensar também em formas de resistência ao próprio racismo. Mas, de forma geral, podemos conquistar o mínimo com o acesso a informações históricas e de origem não só de sua própria religião, mas do que é inerente ao ser humano, através de uma educação aperfeiçoada e de comum acesso, fornecido não somente pelo Estado, mas também com possibilidades de recursos que sejam a todos (o que pode ser ampliado a qualquer outra área). Por fim, o entendimento de todos que é próprio do ser humano a diversidade, que é próprio da diversidade a diferença e que é próprio da diferença o respeito, em que esse último, deveria ser próprio do ser humano.


Este texto do nosso blog é uma valiosa contribuição do Psicólogo Rafael Fernandes.  Ele aceitou dividir sua redação conosco como forma de fomentar este debate acerca da intolerância religiosa e da laicidade do Estado. Uma vez que a intolerância religiosa mata literalmente e humanamente. 


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