quinta-feira, 19 de setembro de 2019

Francisco Pineda Gómez - Somos nossa memória


Francisco Pineda PRESENTE!

Faleceu no dia 18 de setembro de 2019 um grande antropólogo e historiador Francisco Pineda Gómez, um grande investigador da história dos zapatistas publicou diversas obras e além disto, organizou e compilou as obras de Ruy Mauro Marini

http://www.marini-escritos.unam.mx/


Uma de suas obras - A Revolução do Sul analisa os limites e contradições das lutas do exercito zapatista expondo o racismo na América Latina e as condições indígenas, obras valiosas para seguirmos refletindo acerca da nossa história e de nossas lutas.


Fonte - https://www.edicionesera.com.mx/libro/la-revolucion-del-sur_78485/ 




segunda-feira, 2 de setembro de 2019

Sobre Immanuel Wallerstein




Por Carlos Eduardo Martins

Acabei de me interar sobre a morte de Immanuel Wallerstein.
Eu o conheci pessoalmente no Fórum Social Mundial em 2001 e mais amplamente em 2003, embora já tivesse estudado o trabalho dele para minha tese de doutorado. Ele participou de uma grande reunião internacional que organizamos no Gloria Hotel, sob a liderança de Theotonio dos Santos. Presentes estavam Samir Amin, Giovanni Arrighi, Andre Gunder Frank, Beverly Silver, Elmar Altvater, Octavio Ianni, Atilio Boron, Julio Gambina, Emir Sader, Manorajan Mohanty, Sananda Sen, Francisco Lopez Segrera, Maria da Conceição Tavares, entre muitos outros, e Lá, foi lançada a candidatura de Celso Furtado ao Prêmio Nobel de Economia. Havia muita esperança com a onda esquerda que estava surgindo na América Latina, embora houvesse muitas críticas ao projeto que, no Brasil, o Partido dos Trabalhadores queria dar.

 O tempo passa e muito rápido.

Immanuel nos deixou um trabalho poderoso e aberto. Ele articulou o pensamento marxista com o pensamento braudeliano, expandindo muito a capacidade de análise de ambos. Ele observou tendências cíclicas muito duradouras que se repetem dentro de tendências seculares e irreversíveis e desenvolveu um importante espaço teórico e metodológico para olhar o passado como um instrumento para a interpretação do futuro. Suas reflexões sobre o caos sistêmico, que ele afirma, serão estabelecidas na civilização capitalista entre 2020 e 2050, são de uma realidade impressionante e de enorme capacidade prospectiva. Ele aponta para a crise do liberalismo global e a ascensão do fascismo como uma alternativa para as classes dominantes reinventarem seu sistema de dominação. Os triunfos dos Trunfos, Bannons, Bolsonaros, Le Pens e outros personagens grotescos podem ser entendidos sob essa perspectiva. Para ele, a única possibilidade de salvar a humanidade desse destino era reinventar o socialismo. 

Para enfrentar o desafio fascista, o socialismo deve ser colocado como uma força radicalmente internacionalista capaz de reinventar o sistema mundial em que vivemos, mas não menos democrático e ecológico. Ele deve ser capaz de enfrentar o papel principal do homem branco, eurocêntrico, anglo-saxão, heteronormativo e devastador da natureza, articulando a enorme diversidade do mundo proletário, mas também do mercado, entendido como uma zona antitruste, que deve ser estendida aos trabalhadores. Para ele, o socialismo pode ser compatível com o mercado, com o qual deve estabelecer a convivência secular, desde que regulado por forças coletivas e pelo interesse público.

Fonte - google 

Immanuel pretendia concluir seu Sistema do Mundo Moderno, uma obra monumental, inicialmente planejada para 4 volumes e depois expandida para 6. Nenhuma delas foi publicada no Brasil. Caberá a seus discípulos, seguidores e novas gerações desenvolver o fio crítico de seu trabalho e colocá-lo a serviço das lutas por um mundo em que os verdadeiros interesses de 99% da humanidade prevalecem, para que emita uma nova civilização, onde interesses privados articular com os grupos em defesa da vida, diversidade, paz e planeta.
x