quarta-feira, 9 de novembro de 2016

A vitória de Trump e o retorno ao 11 de setembro



A esquerda caviar abandonou os trabalhadores e seus problemas reais agora tem que lidar com a derrota em todos os sentidos. Enquanto isto a direita se torna cada vez mais Direita usando destes espaços vazios, destas lacunas que a esquerda nunca quis assumir, para manter-se fortemente em todos os países.  

Fonte: http://www.jornaleconomico.sapo.pt/noticias/trump-novo-homem-poderoso-do-planeta-imagens-87917?photo=1
A vitória do Trump é bastante reveladora à ideia propagada pelos teóricos da esquerda, os pós modernos das minorias àqueles desmemoriados da premissa que enquanto classe, somos várias minorias, logo, se faz necessário pensar em todas, atacar em todas as frentes. Lembremos que o Estado é uma máquina criadora da marginalização e enquanto pensamos políticas de afirmação - que devem sim ser pensadas - esquecemos que há outras exclusões que também devem entrar nesta reflexão. O que quero dizer é simples, não há prioridades quando falamos de exclusão, se colocamos um grupo fronte e em detrimento de outro, estamos dando armas concretas a direita, que faz uso disto para mostrar aos pobres, excluídos de todas as políticas afirmativas, o quanto eles são "injustiçados" face aos imigrantes, aos negros, aos indígenas que agora parecem ser "prioridade". Há pessoas esquecidas por aí que são pobres, brancos, trabalhares rurais, etc., que também sofrem as mazelas do mundo, não somos um grupo estanque e sim repleto de heterogeneidades, este grupo é o que vota em Trump, que elege Dória em São Paulo. Assumimos o erro: a esquerda esqueceu completamente da classe trabalhadora em suas diferenças e assumiu uma luta pormenorizada, em estudos teóricos de grupos étnicos modais.
A forma de pensar de Trump, aniquiladora das diferenças, retoma a mesma sensação do 11 de setembro, agora todos parecem estar desprotegidos esperando que um ataque lhes caia sobre a cabeça. Estamos diante uma zona cinzenta, mas queria deixar aqui uma nota de agradecimento a todos aqueles lutadores que pautam suas estratégias apenas nos factores visíveis da opressão esquecendo-se que a realidade não é a aparência, ela é sim a essência. Logo, antes de empreenderem esforços aqui ou acolá,  busquem as raizes das desigualdades, reconectem-se com os marginalizados TODOS. Caso contrário seremos sempre o cavalo paraguaio histórico. Já aqueles que desnudam as verdades a-históricas em suas ciências adivinhadoras voltem-se para à astrologia ou registrem suas verdades em cartório. 

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