Quando viramos a página, as tristezas ficam para trás; as alegrias, efêmeras, se diluem, pois estar ali, com aqueles que nos feriram, impõe uma pausa de ressentimento.
Ao mesmo tempo, virar a página traz consigo uma certa nostalgia do que já foi, do que nunca mais voltará, do que se perdeu para sempre.
Na verdade, a página não se vira: apenas nos damos conta de que ela está chegando ao fim. E, diante desse fim que nos aguarda a todos, algumas coisas deixam de ter importância, se é que algum dia tiveram. Para alguns, tiveram, sim: morreram e mataram para defendê-las, como nos lembra o filme Relatos Selvagens. Defender o quê, afinal? E para quê?
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