quarta-feira, 3 de setembro de 2025

a caixinha do fim

Hoje pagamos a caixinha do fim.

Foi barata.

A morte anda em promoção.

E isso só pode significar uma coisa:

valemos pouco.

Muito pouco.


Penso sempre nisso:

tudo virou nada.

Virou memória sem ouvidos,

fotografia que ninguém quer rever.


Ninguém vê mais fotografia.

Todos tiram,

mas não para ver 

apenas para mostrar.


Às vezes, mesmo sendo profundamente triste, é bom lembrar da caixinha.

Ela confirma o nada que é nosso,

e que é grande

para quem o viveu.


Talvez seja melhor assim.

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