quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Black Books

BLACK BOOKS

Temos um drive com uma vasta bibliografia acerca da questão racial, ainda falta, muita coisa vamos incluindo aos poucos. 

Basta clicar no link Black Books para ter acesso a uma longa lista bibliográfica negra! 



Panteras Negras 


BLACK BOOKS




quarta-feira, 30 de agosto de 2017

A Revolução contra o Capital


Em tempos de Centenário da Revolução Russa passei a ler e rememorar o que foi este evento. Ontem me deparei com o texto A Revolução Contra o Capital do Gramsci. Não li muitas coisas deste clássico, entretanto, tenho tentado rever as minhas lacunas teóricas e sair da adolescência intelectual de que muitos se orgulham. 

Há tempos que se aceleram e há tempos de profundo adormecimento Gramsci dizia a Revolução dos Bolcheviques se inseriu no ideário do povo russo. Isto é algo muito bonito, um povo que se colocou a frente do tempo em nome de uma causa que era a própria libertação. Quem é que hoje em dia está disposto a abandonar seu lazer, ainda que infame, em nome de algo? O povo russo morreu pelo mundo, uma massa que estava sempre em ebulição disse Gramsci, logo a força deste povo se tornava mais consciente. 

A teoria marxista, no geral, estava nas mãos de intelectuais, mas o povo transpôs a teoria e levantou-se a partir dos seus sentimentos assumindo uma responsabilidade social quase que indescritível. 

A guerra serviu para despertar vontades, atingiram a maturidade económica colocando em evidencia as imperfeições do sistema lutando para que algo mudasse. 



Kustodiev - The Bolshevik 

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Os russos nunca esquecerão seus mortos


Não podemos jogar tudo na lata do lixo quando tratamos da experiência de transição socialista. Basta recordar o papel da URSS na derrota do Nazi fascismo. A guerra só mundo de rumo com a batalha de Stalingrado e a Rússia estava completamente dominada, tendo em conta o tamanho de país, o maior em  extensão territórial mundo,  caso os alemães ganhassem o mundo poderia ter tomado um rumo muito pior. 

No centenário da Revolução de 1917 lembrei de abordar a importância da URSS (Antiga União Soviética) na guerra contra o nazismo de Hitler em sua pretensão de dominar o mundo. Vale lembrar que a Alemanha pretendia dominar o território russo em 60 dias e este confronto durou cerca de seis meses, deixando para trás milhares de mortos, entre eles crianças, mulheres, idosos e soldados.

A Alemanha conseguiu dominar alguns territórios russos, entretanto, devido a extensão russa eles conseguiram sempre encontrar mecanismos para suprir suas necessidades e as dificuldades não foram poucas, devido ao intenso frio negativo que os russos vivem no inverno. Faltavam-lhes itens básicos como água e pão que eram racionados diariamente. 


A casa de  Tchaikovisky que era uma museu inspirador foi destruída pelos alemães bem como a casa de Tolstoy também foi destruída em bombardeios, ao lado diversos corpos russos mortos pelo frio e pela tortura, já que estes estavam sob controle alemão. Na imagem abaixo bastante comovente observamos uma criança russa feliz ao ver o exército vivo e retornando de um confronto que no pano de fundo, salvou o mundo do nazismo. 



Imagem retirada do documentário The batle of Russian 





domingo, 13 de agosto de 2017

No dia dos pais, as ausências.


O disparate de uma ateia.


Resolvi escrever este texto, porque, apesar da mercantilização dos nossos sentimentos nas datas comemorativas, dias dos pais, da mãe, dos coelhos, dos cães, enfim ...tudo aquilo que possa ser vendavel. Somos seres humanos e sentimos, então resolvi pensar nas ausência e naquilo que colocamos no lugar das coisas ou quando nos acostumamos a acreditar em mentiras que nos são contadas, mas que nos confortam. 


Fonte - google 

Se pensarmos bem há tantos que são criados pelos avos, que nunca conheceram seus pais, aqueles em que as mães assumiram sozinhas a criação e o sustento. Há ainda aqueles que não tem ninguém ou que mesmo tendo todos não os tem. É difícil pensar na realidade sem entreatos, mas quando assim é nos sentimos mais balsamicos em meio as dores, que não são poucas.  Os meus pais morreram faz menos de dois anos. Eu era muito próxima a eles, os conhecia profundamente em suas dores, seus dilemas seus afagos e ternuras, que, por vezes chegavam até mim disfarçados de um enfureço.  Ainda sinto assustadoramente suas ausências, receio que sempre sentirei. 

Angustia-me acreditar que aquilo que mais tínhamos em comum, o que tanto amava neles ainda existe em algum lugar dentro de mim, somos seres sociais, nossa primeira socialização é sempre familiar, seja esta formada como queiram. Em algum lugar, caso existissem, eu pediria somente 20 minutos, seria um abraço e uma conversa, daquelas que eu falava sem parar, apenas para contar as novidades, as notícias mais recentes. Ao meu pai as loucuras políticas, à minha mãe minha indignação diante de tudo. Sim mãe eu ainda não aprendi mentir a mim mesmo, acreditar que tudo vai mudar e dar certo! quando o fazemos a vida se torna mais fácil... ainda me lembro quando dizia isto, não penses tão negativo! Também aproveitaria o tempo para lembrar que ainda os amoE acabariam os 20 minutos.

Há uma parte de mim, por mais boba e infantil que pareça, que pergunta – onde eles estarão? Juntos, será? Por vezes e muitas, sonho que estamos a conversar e logo acordo assustada, como um sinal de atropelo impávido. Daí me recordo, eles morreram!

Os sonhos são mesmo reais, vejo meu pai ali a ler seu jornal no domingo pela manhã após buscar o pão quente para família, ele acordava as seis mesmo após sua aposentadoria, manteve o hábito da fábrica, transmitindo-me, ainda sem verbalizar, que o trabalho nos consome rotineiramente. Minha mãe a levantar em seguida e fazer o café encher uma garrafa, daquelas pretas que apertavam ao centro, a nossa era vermelha. Nunca entendi porque! rs

Todos os dias quando acordo, após estes sonhos, passo novamente por um luto abreviado, há qualquer coisa dentro de mim que me faz querer acreditar que estejam por aí embora eu mesmo considere tal hipótese um disparate. 

Por este motivo não dou risada das pessoas que conversam com seus entes nos seus túmulos, se as pessoas têm dificuldade com o estatuto daquele ser inexistente com quem conversam não sou eu quem as julgarei. Isto é diferente do que aceitar que alguém fale por sentimentos que só eu vivi, não será um terceiro a mediar esta relação ainda mais com informações nada verificáveis. Eu não converso com nada sobrenatural eu converso comigo e com aquilo que me foi deixado em consciência viva. 

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

O regicídio de Lady Macbeth


O filme que está em cartaz nos cinemas Lady Macbeth é uma adaptação de uma das peças mais curtas de obra de Shakespeare. O filme neste sentido não deixar a desejar, como peça teatral temos sempre algo mais longo, considerei que em formato de filme talvez o direito não conseguisse tornar o enredo atrativo se fugisse muito da história shakespeariana, entretanto, o filme também não é longo e consegue prender a atenção de forma sensível e humanamente repulsiva.

A história se passa em 1865 quando Katherine é forçada a casar-se com um homem mais velho e herdeiro de uma grande fortuna industrial. Katherine é comprada e confinada em uma casa rural partilhada por esta família bastante odiosa entre si e com um marido completamente desinteressado em Katherine. 

A história se desenreda no momento em que o marido resolve viajar para resolver problemas com sua herança este é o momento em que Lady Macbeth resolve mostrar toda sua liberdade malevolente e opressora. O filme é baseado no romance de Nikolai Leskov que inspirou uma ópera, inclusive. Por fim, mesmo fugindo do enredo original Lady Macbeth é um filme que vale a pena ser visto porque mexe com nossos sentimentos mais perturbadores e isto é sempre reflexivo. 






terça-feira, 8 de agosto de 2017

Macri enterra a Ciência na Argentina



Frente ao neoliberalismo que permanece solapando a maioria dos países latino americanos. Hoje em Buenos Aires, Argentina, houve um protesto contra o governo Macri, um dos muitos realizados nos últimos meses. A população se manifesta diariamente de diversas formas demonstrando a insatisfação perante um governo que está privatizando tudo, com um desemprego que aumenta constantemente e um país que vai diariamente sendo arrastado a bancarrota.

Contra o ajuste realizado pelo presidente Macri a Ciência se vestiu de preto e realizou o enterro cientifico hoje no Centro Tecnológico Rosario - Ocampo e Esmeralda os docentes, discentes a apoiadores deste luta reclamam da prevaricação da Educação e dos Centros científicos, das bolsas que foram cortadas (mais de 500) e recusam o Plano estratégico mercantilista de Alejandro Ceccato - presidente do conselho cientifico - que pretende cortar ainda mais as linhas de investigação. Recebidos pela policiais civis, algo bastante típico da forma como Macri tem dialogado com a insatisfação do população que não é pouca, os manifestantes conseguiram  reunir-se com o Ministro da Educação.











As imagens foram enviadas por amigos que estavam na manifestação. 

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Batalla de Junín a Independência do Peru.


Sempre escrevo assuntos e atualidades acerca da América Latina aqui no blog, porque penso que temos que valorizar a nossa latinidade e muitos dos nossos livros didáticos apagam a nossa história e a do nosso povo, logo, somos sempre rebaixados como "inferiores" improdutivos de cultura e história. Assim sendo, a intenção é sempre nos coloca enquanto sujeitos trazendo as vozes dos nossos lutadores, os derrotados, mas vencedores na resistência. 

Hoje escrevei sobre Batalla de Junín, que nas proximidades do Lago Junín no Peru em 6 de julho de 1824 Bolivar enfrentou o exercito espanhol comandando cerca de 1300 homens contra 14 mil espanhóis. Esta foi uma das últimas batalhas realizadas pelo libertador o general José San Martín há havia decretado a liberdade ao Peru antes deste confronto. A batalha que deixou cerca de 400 mortos foi vencida por Bolivar que mesmo em número menor se aproveitou da divisão da tropa espanhola para contra atacar foi uma Batalha importante que deu ao Peru sua independência 

"Soldados, vais a completar la obra más grande que el cielo ha podido encargar a los hombres... El Perú y la América entera aguardan de vosotros la paz, hija de la victoria ¡Vosotros sois invencibles!”

Esta batalha também foi importante porque a vitória significou a derrota total dos espanhóis em 9 de dezembro de 1924 conhecida como Batalha de Ayacucho. Este vídeo de 12 minutos ajuda a entender o enfrentamento.

quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Empoderada e banalizada?


Sou explorada, mas sou empoderada!!

Porque eu não uso este termo?


Sempre que há algum debate sobre a questão da mulher existe alguém que foca o debate no termo "empoderamento" insinuando que as mulheres são ou devem lutar para ser protagonistas de si, poderosas. Nunca usei tal termo sou um pouco chata com as formas como determinados conceitos e termos são banalizados ou renomeados para servir àquilo que parece o modal, o debate do momento. 

Empoderamento para mim sempre soou como individualismo e a partir disto comecei a ler algumas coisas para ver como tal conceito era empregado nos debates. Como uma mulher sozinha pode se sentir poderosa por determinada ação? Penso sempre nas mulheres negras, base da sociedade capitalista empoderadas porque assumiram usam black, mas continuam a ser as que ganham menos na sociedade, as mais violentadas e as que mais morrem. Claro assumir sua negritude é uma ação de força e de afirmação, principalmente em uma sociedade racista, mas é uma liberação individual. Se a luta das mulheres é uma luta individual ela deixou de ser libertadora e entrou nos limites do capital, ou seja, desde que eu tenha "poder" as outras não me importam.

E desde então tenho percebido que tudo virou razão para ser considerada poderosa e como são úteis ao capitalismo tão flexível e funcional às mudanças, uso salto, sou sexy, uso roupas de marca no extremo da contradição tenho uma empregada, sou empoderada!  

Não dá! a sociedade não é composta de individuos isolados, somos seres sociais, nos humanizamos nas relações. Pensar individualmente em um poder que é só faz sentido para mim é não perceber que estamos em uma sociedade em que desigualdades existem e as opressões se colocam a partir desta questão. Afora o fato que ser empoderada quando estamos dentro da régua que mede o mundo é muito fácil, se é branca, magra e rica super empoderada, nasceu assim!  E isto entoa a falta de compromisso de muitas pessoas em sair do seu lugar  e pensar uma sociedade mais justa para todos. Tais ideias dentro do feminismo só servem para legitimar a ideologia individualizante e fugir de uma luta  libertadora como centralidade, quando foge demais do debate político económico a luta das mulheres entra nesta celeuma do lustre neoliberal, por outro lado, estando as mulheres voltadas à construção de outra sociedade temos um cenário solidário que emerge e que é contraponto frente ao empoderamento de uma e rebaixamento de várias.