sexta-feira, 13 de setembro de 2013

A trama da rede

ESCOLA ONDINA - 3 BIMESTRE 

O objetivo do poema “A trama da rede ”é trazer elementos para pensar sobre as diferentes formas de trabalho na história da humanidade, com destaque para a especificidade do trabalho na sociedade capitalista. Nesse sentido, serão explanados conceitos como divisão social e divisão manufatureira do trabalho, relações de trabalho e alienação. Com base na leitura do poema escrevam, com suas palavras, quais os conceitos da trabalho indicados em cada canto. 


I 
Essa é a trama da rede: 
o tecido das trocas que fabricam 
o pano de uma rede de dormir 
enreda o corpo do homem na tarefa 
de criar na máquina a rede com a mão. 
(o trabalho de tecer a rede é exercido em “casa alheia”, ou seja, no local determinado pelo seu patrão, na manufatura. Ali, são reunidos vários trabalhadores, que, exercendo diferentes trabalhos, transformam os 
fios de várias cores em rede. A trama, o desenho da rede, é mostrada como a trama 
que enreda, que prende o trabalhador à máquina, que impõe seu movimento ao corpo 
do trabalhador.) 

A armadilha do trabalho em casa alheia 
engole o homem e enovela todo o corpo 
no fio no fuso na roda na teia 
do maquinário da manufatura 
que produz o seu produto: a rede 
e reduz o corpo-operário à produção. 
[...] 

III 
O corpo-bailarino que transforma 
a coisa bruta em objeto 
(a fibra em fio e o fio em pano) 
e o objeto na mercadoria 
(o pano pronto na rede e sua valia) 
transforma o corpo do homem operário 
em outro puro objeto de trabalho 
pronta a fazer e refazer no fuso 
aquilo de que a fábrica faz sua riqueza 
de que, quem faz não se apropria. 
[...] 
(o trabalhador que transforma a matéria-prima – o algodão – em fio, e o fio 
em rede, produz uma mercadoria que não pertence a ele, mas, sim, a quem o 
contratou. Ou seja, a rede que ele produz com o seu trabalho não pertence a ele, mas, sim, a quem lhe paga o salário.) 

VII 
Sob a trama do trabalho em tear alheio 
o corpo não possui seu próprio tempo 
e é inútil que lhe bata um coração. 

O relógio interior do operário 
é o que existe na oficina, fora dele, 
de onde controla o tear e o tecelão. 
(tempo ou ritmo de trabalho que, na manufatura, não é mais determinado pelo trabalhador, mas, sim, pelo ritmo da máquina, imposto pelo dono da oficina.) 

VIII 
De longe o dono zela por quem faz: 
pela força do homem que trabalha, 
não pela vida do trabalhador. 
Aqui não há lugar para o repouso 
ainda que o produto do trabalho 
seja uma rede de pano, de dormir 
e que comprada serve ao sono e ao amor. 
(controle exercido pelo dono da manufatura, que não está preocupado com a saúde, a vida do trabalhador, mas, sim, com a produtividade do trabalho.) 

IX 
Durante a flor da vida inteira 
fazendo a mesma coisa e refazendo 
uma operação simples de memória 
o operário condena o próprio corpo 
a ser tão automático e eficaz 
que domine o gesto que o destrói. 
A reprodução contínua, diária, igual 
de um mesmo gesto repetido e limitado 
todos os dias, sobre os mesmos passos, 
ensina ao artesão regras de maestria 
do trabalho que afinal então domina 
através de saber sua ciência 
com a sabedoria do corpo massacrado. 
[...] 
(na manufatura, o trabalhador executa movimentos repetitivos, especializando-se apenas em uma atividade de trabalho, automaticamente, seguindo o movimento da máquina, sem nenhuma criatividade, tornando-se um trabalhador limitado em seu conhecimento) 

XI 
Quem fia e enfia? 
Quem carda e corta? 
Quem tece e trança? 
Quem toca e torce? 
A moça o menino. 
A velha o homem. 
Eles são, artistas, 
parte do trabalho coletivo 
que faz a trama da rede 
e a rede pronta: 
o objeto bonito do descanso 
que inventa a necessidade 
da servidão do trabalho 
do corpo produtivo. 
(trabalho exercido por homens e mulheres, velhos, moças e crianças, tornados servos do trabalho coletivo que produz a rede) 

XII 
A dança ritmada desse corpo 
de bailarino-operário de um ofício 
de que o produto feito não é seu, 
cria o servo de quem lhe paga aos sábados 
Para o que sobra da vida de trabalho 
do corpo de quem fez e não viveu. 
O trabalho-pago, alheio e sempre o mesmo 
obrigando o operário bailarino 
à rotina de fazer sem possuir 
torna-o, artista, servo do ardil 
de entretecer panos e redes sem criar 
e recriar-se servo sem saber. 
[...] 
(trabalho exercido na produção de uma mercadoria, a rede, que não lhe pertence, submete o trabalhador e o seu corpo às determinações de seu patrão, aquele que lhe paga o salário. Seu corpo, suas energias, sua força de trabalho são vendidos 
em troca de um salário e usados na produção de uma mercadoria que não lhe 
pertence.) 

XIV 
Não conhece descanso o corpo na oficina. 
Ele é parte das máquinas que move 
e que movidas não sabem mais parar. 
Os pés descalços prologam pedais 
os braços são como alavancas 
e as mão estendem pontas de um fio 
que existe no fuso e no tear. 

O trabalho do corpo é o objeto 
que o homem vende ao dono todo o dia. 
O corpo-livre pertence ao maquinário 
que o homem converte no operário 
de que reira o preço do sustento: 
a comida a cama a casa o agasalho 
o que mantém vivo o corpo e o seu trabalho. 
(na manufatura, o corpo do operário parece ser um prolongamento da máquina: seus braços, mãos, pés põem em movimento a máquina e são movidos por ela. O corpo, a força de trabalho do trabalhador torna-se um objeto que ele vende em troca de seus meios de vida, aquilo que lhe permite sobreviver e retornar, todo dia, ao local de trabalho, reproduzindo a sua servidão à máquina e ao seu patrão.) 
Fontes: (SÃO PAULO-SEE, Caderno do professor: Sociologia, EM, 2ª S., V.3, 2009, pp.07-08)


ATIVIDADE 3º ANO ESCOLA ONDINA
3º BIMESTRE 


Leia o texto e responda as questões.


Estado, capital e sociedade 


O forte comprometimento do Estado com o capital implica a expansão do Poder Executivo, em detrimento do Legislativo. Em um país de tradição política autoritária, no qual predominam o pensamento e a prática que privilegiam a missão "civilizatória" do Estado na sociedade, o alargamento do poder econômico do Estado implica a expansão do Executivo; implica o alargamento do poder político e cultural do Executivo. Tanto assim que o Estado se transforma em um poderoso agente da indústria cultural, por suas implicações não são econômicas, mas também políticas e culturais. [...]
A medida que se alarga o poder estatal, redefine-se e modifica-se a relação do Estado com a sociedade, compreendendo as diversidades e as desigualdades sociais, econômicas e outras. Na prática, dissocia-se o poder estatal de amplos setores da sociedade civil. Operários, camponeses, empregados, funcionários e outros, compreendendo negros, mulatos, índios, caboclos, imigrantes e outros, sentem-se deslocados, não representados, alienados do poder.
IANNI, Octávio. Estado e capitalismo. São Paulo: Brasiliense, 1989. p. 259-60.



1. Esse texto foi extraído de um livro que teve sua primeira edição publicada em 1965. Embora escrito há mais de quarenta anos, ele aborda características ainda fundamentais do Estado e de suas relações com a sociedade no Brasil- uma delas, o fato de o Executivo ser mais forte que o Legislativo. Quais são os sinais mais aparentes desse fato? Quais seriam as alternativas para haver um Legislativo realmente capaz de enfrentar o Executivo?

2. Você acredita que o Estado brasileiro investe muito para resolver os problemas básicos da população ou a maior preocupação é atender aos interesses dos grandes grupos econômicos, industriais e financeiros?

3. Você acha que os que estão no poder do Estado hoje representam os mais desvalidos da população brasileira? Explique por que você pensa dessa maneira.

4. Reflita e disserte sobre as possibilidades de participação Política na nossa sociedade e o tipo de Estado demonstrado no filme “V de Vingança”.


quinta-feira, 4 de abril de 2013

ATIVIDADE 2º ANO


ATIVIDADE SOCIOLOGIA 2º ANO (entrega até 12/04)
Bons estudos!

1. Escute a música Paratodos - de Chico Buarque abaixo e responda as questões:




A. Por que Chico Buarque se auto referiu como brasileiro e não como carioca?
B. Preencha o quadro abaixo:





2- (UEL – 2003) O texto que segue é do poeta cearense Antonio Gonçalves da Silva, o Patativa do Assaré, cantador do drama dos caboclos nordestinos e dos pobres do Brasil.


BRASI DE CIMA E BRASI DE BAXO


Meu compadre Zé Fulô,
Meu amigo e companhêro,
Faz quage um ano que eu tou
Neste Rio de Janêro;
Eu saí do Cariri
Maginando que isto aqui
Era uma terra de sorte,
Mas fique sabendo tu
Que a miséria aqui do Su
É esta mesma do Norte.
Tudo o que procuro acho.
Eu pude vê neste crima,
Que tem o Brasi de Baxo
E tem o Brasi de Cima.
Brasi de Baxo, coitado!
É um pobre abandonado;
O de Cima tem cartaz,
Um do ôtro é bem deferente:
Brasi de Cima é pra frente,
Brasi de Baxo é pra trás.
Aqui no Brasi de Cima,
Não há dô nem indigença,
Reina o mais soave crima
De riqueza e de opulença;
Só se fala de progresso,
Riqueza e novo processo
De grandeza e produção.
Porém, no Brasi de Baxo
Sofre a feme e sofre o macho
A mais dura privação.

(PATATIVA DO ASSARÉ. Cante lá que eu canto cá. 11. ed. Petrópolis: Vozes, 1978. p. 271-272.)

Segundo a interpretação do poeta sobre o problema da pobreza, é correto afirmar:
a) A pobreza atinge principalmente os moradores da região Nordeste, chamada por ele de “Brasi de baxo”.
b) Na origem da pobreza está o domínio do acaso e do azar, predominando a riqueza em regiões privilegiadas como o Rio de Janeiro.
c) A pobreza deve-se às diferenças de características pessoais (físicas, psíquicas e raciais, entre outras) que existem entre os brasileiros do sul e os do norte.
d) No Brasil, a pobreza atinge tanto a população nordestina como a do sul do país, dividindo os brasileiros em duas categorias de pessoas.
e) A pobreza no Nordeste e na região Sul do país decorre do mau aproveitamento dos seus recursos naturais e humanos.




3. Com base nas tabelas da apostila discuta a situação do Brasil no que tange a analfabetismo, acesso ao saneamento e condição salarial.




4. Quais as causas da desigualdade social?




5. Tendo como base o que foi discutido em sala de aula, explique a charge abaixo:



6. Explique que foi Georg Simmel e qual foi sua contribuição para a compreensão da emigração, imigração e migração.