domingo, 22 de janeiro de 2017

Não sejas Trump!!!! mas também não sejas incoerente!

No dia 20 de janeiro tomou posse o novo e polêmico presidente dos Estados Unidos Donald Trump, a noticia tão alarmada no mundo correu como manda o protocolo. No seu discurso de 15 minutos Trump reforçou a sua política protecionista na tentativa de superar a crise e colocar os Estados Unidos no topo ou em Primeiro Lugar no mundo. Já era o esperado, Trump foi eleito democraticamente, ainda que dentro da democracia burguesa, pessoas votaram e concordaram com visão política há de se questionar isto àqueles que discordam da visão conservadora do mundo e acho justo apoio e assino junto, mas vejamos as formas de encarar tal luta.

Coimbra - 21 de janeiro, arquivo pessoal.

No dia 21 de fevereiro, um dias após a posse, ocorreram varias manifestações em Portugal "Não sejas Trump, parar o machismo e construir a igualdade" grupos feministas mulheres e também homens marcharam nas ruas de várias cidades portuguesas contra o conservadorismo demonstrado por Trump em seus discursos.

Fui na manifestação em Coimbra, cidade em que atualmente vivo, não sou organizada politicamente aqui, em todo caso estranhei quando vi uma marcha chamada "Não sejas Trump contra o machismo, o racismo" e até a desigualdade, porque acredito que tais discriminações não podem ser personificadas, estão no bojo estrutural de um sistema chamado CAPITALISMO, acho que o questionamento deve iniciar por aí. 

Assustou-me também ver tantas organizações de esquerda ali reunidas falando da inclusão entre eles e para eles, onde estão os negros? onde estavam os imigrantes? qual o ensinamento que Portugal tem a dar para o mundo no que tange a igualdade? um país que divulgou em seu último relatório, no final de 2016, não existir racismo em Portugal, quando sabemos que a realidade não é bem assim. 


Arquivo SIC noticias - 21 de janeiro

De todo o modo, lá estava eu, talvez a pessoa com a epiderme mais escura desta manifestação, unida a um grupo de pessoas que sequer enxergam o racismo e o machismo no seu cotidiano, representada por mulheres feministas brancas que leem poesia em manifestações contra o Trump, enquanto isso outras mulheres são agredidas e mortas nas periferias do mundo. Não me sinto representada em meio a isto e reitero que sou integralmente a fa vou das manifestações que coloquem em suas pautas direitos que não sã respeitados. Só a luta muda a vida!! Tenho esta certeza. Entretanto, olhemos para o lado, será que o Trump fala sozinho? ou muitas pessoas comungam de valores iguais, que valores capitalistas no seu extremo.

Vejam só mesmo numa manifestação pró igualdade não temos o mínimo de igualdade, o que temos são discursos soltos, pessoas "frasistas" já conhecidas dentre as associações à esquerda e talvez distantes das mulheres e trabalhadores que os mesmo exaltam chamando-os de "classe", quem é a classe? Talvez seja esta a hora de nomearmos a classe, apontar os privilégios ou queremos continuar no conforto das discussões e seminários em cafés.

O que pretende esta esquerda que não consegue reunir um grupo diverso e inclusivo em suas manifestações?? para quem falamos??

Se queremos outra sociedade devemos pensar e agir nela desde já...na nosso rotina, sendo contraponto em todos os espaços que vivemos. Caso contrário, seremos sempre vistos como uma certa esquerda festiva, pouco respeitada na sociedade, pouco envolvida diretamente e cotidianamente com a luta pela sobrevivência. Em tempos manter o espirito critico parece ser de extrema importância, principalmente quando defendemos os valores para além do capital, entretanto mal conseguimos olhar ao redor. 

ps. Nem todos que usam a camisa com a imagem do Che conhecem fielmente àquela luta. 

ES

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