segunda-feira, 2 de outubro de 2017

István Mészáros descansa.



Ontem foi um dia triste para os lutadores à esquerda neste mundo, perdemos um grande intelectual o filosofo húngaro István Mészáros. Um dos mais importantes entre os marxistas deixa uma vasta contribuição fica as palavras de José Chasin outro grande filósofo já falecido José Chasin.

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Mészáros é um homenzarrão de alma doce, maneiras delicadas e inteligência vibrante. Ama o desconhecido: homens e cenários. E não resiste a uma comida bem apimentada. Escolhe mesmo o que vai comer quase que sob este único critério. Nessas horas, era uma delícia vê-lo perguntar, em português, que foi aprendendo com rapidez fulminante, se tal ou qual prato era ou não era 'pimentôza', com um ar um pouco ansioso, preocupado em não fazer alguma escola enganosa. Quase delirou ao ver, pela primeira vez na vida, a tapioca natural, preparada comumente, entre outros lugares, nas calçadas de J. Pessoa e pelas ruelas de Olinda, alimento que já conhecia, vejam só, na forma de biscoitos, facilmente encontráveis, segundo disse, nos supermercados londrinos. Incansável, ávido de todas as realidades, sempre disposto a discorrer sobre os tempos de Lukács e a enfrentar os dramas agudos de nossos tempos, nutre o grande prazer de pôr em tudo a mais humana das gentilezas. Em verdade, é um modo de ser, uma forma de encarar a vida. Só uma coisa rompe com o encanto dessa dimensão íntima, e a rompe precisamente para a confirmar: a aversão, o ódio permanente por tudo que derive da dominação do capital, em qualquer de suas formas: ou seja, a barbárie capitalista e a barbárie stalinista.
(J. Chasin sobre István Mészáros, 1984)

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