Por estes dias faleceu a mãe de uma grande amiga, uma irmã de fato, a pessoa que sempre esteve ao meu lado nos tempos tristes que já vivi. Quando soube do adoecimento de sua mãe há dois meses, escrevi este excerto. Sua mãe era uma das muitas mulheres negras que conhecemos, criou quatro filhos sozinha e trabalhou durante anos como catadora, assim como Carolina, a nossa escritora. Agora, dado o seu falecimento, resolvi publicá-lo, uma singela homenagem, como diz o título.
São tristes os dias em que percebo que a vida passa para todos. Já sofri muito, mas lutei e esperava que a cada dia um dos meus pudesse ser poupado. Não aconteceu. Os dias correm. As pessoas se vão. Quem fica vive o sofrimento da perda. Demoramos a entender que ela é diária e nossos recursos cada vez menores, não só materiais, mas também psíquicos e emocionais. Tudo nos engole e vamos tentando buscar uma luz em qualquer coisa, uma fagulha de vida, onde só existem cinzas.
Elaine Santos
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