Paris - Le Figaro - 20 de fevereiro de 1909
O manifesto futurista redigido por Filippo Tommaso Marineti, publicado em Paris no ano de 1909, marcou a fundação do futurismo, um dos primeiros movimento da arte moderna e identificação do homem com a máquina, marcava a ruptura com o passado.
Em 1918, quando já estava fundando o Partido Futurista, seu programa político foi utilizado como estabelecimento do partido, quando Marinetti iniciou uma campanha para a entrada da tália na Guerra, junto com Mussolini e D annunzio.
O movimento durou até 1930 e no Brasil influenciou artistas como Anita Malfatti e Oswald Andrade.
O movimento durou até 1930 e no Brasil influenciou artistas como Anita Malfatti e Oswald Andrade.
1. Queremos cantar o amor do perigo, o hábito à energia e à temeridade.
2. A coragem, a audácia e a rebelião serão elementos essenciais da nossa poesia.
3. Até hoje a literatura tem exaltado a imobilidade pensativa, o êxtase e o sono. Queremos
exaltar o movimento agressivo, a insônia febril, a velocidade, o salto mortal, a bofetada e o
murro.
4. Afirmamos que a magnificência do mundo se enriqueceu de uma beleza nova: a beleza
da velocidade. Um carro de corrida adornado de grossos tubos semelhantes a serpentes de
hálito explosivo... um automóvel rugidor, que parece correr sobre a metralha, é mais belo
que a Vitória de Samotrácia.
5. Queremos celebrar o homem que segura o volante, cuja haste ideal atravessa a Terra,
lançada a toda velocidade no circuito de sua própria órbita.
6. O poeta deve prodigalizar-se com ardor, fausto e munificência, a fim de aumentar o
entusiástico fervor dos elementos primordiais.
7. Já não há beleza senão na luta. Nenhuma obra que não tenha um caráter agressivo pode
ser uma obra-prima. A poesia deve ser concebida como um violento assalto contra as
forças ignotas para obrigá-las a prostrar-se ante o homem.
8. Estamos no promontório extremo dos séculos!... Por que haveremos de olhar para trás,
se queremos arrombar as misteriosas portas do Impossível? O Tempo e o Espaço
morreram ontem. Vivemos já o absoluto, pois criamos a eterna velocidade omnipresente.
9. Queremos glorificar a guerra - única higiene do mundo -, o militarismo, o patriotismo, o gesto destruidor dos anarquistas, as belas ideias pelas quais se morre e o desprezo da mulher.
9. Queremos glorificar a guerra - única higiene do mundo -, o militarismo, o patriotismo, o gesto destruidor dos anarquistas, as belas ideias pelas quais se morre e o desprezo da mulher.
10. Queremos destruir os museus, as bibliotecas, as academias de todo o tipo, e combater o
moralismo, o feminismo e toda vileza oportunista e utilitária.
11. Cantaremos as grandes multidões agitadas pelo trabalho, pelo prazer ou pela
sublevação; cantaremos a maré multicor e polifônica das revoluções nas capitais
modernas; cantaremos o vibrante fervor noturno dos arsenais e dos estaleiros incendiados
por violentas luas elétricas: as estações insaciáveis, devoradoras de serpentes fumegantes:
as fábricas suspensas das nuvens pelos contorcidos fios de suas fumaças; as pontes
semelhantes a ginastas gigantes que transpõem as fumaças, cintilantes ao sol com um
fulgor de facas; os navios a vapor aventurosos que farejam o horizonte, as locomotivas de
amplo peito que se empertigam sobre os trilhos como enormes cavalos de aço refreados
por tubos e o voo deslizante dos aviões, cujas hélices se agitam ao vento como bandeiras e
parecem aplaudir como uma multidão entusiasta.