quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Contra a PEC 241

Contra a PEC 241

Orgulhos dos nossos pequenos e grandes lutadores


quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Os secundaristas brasileiros nos ensinam que só a luta muda a vida.


Para aqueles que tem a luta como condição de existência cabe lembrar que novamente os secundaristas estão ensinando ao povo brasileiro que não podemos nos render, já temos mais de 1000 escolas ocupadas pelo Brasil, segundo o último balanço da UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas). O Estado do Paraná segue liderando com cerca de 790 escolas ocupadas. Em São Paulo como já sabemos a policia militarizada tem agido de modo a impedir o direito à manifestação dos alunos em uma das escolas ocupadas no Piqueri (Zona Norte de SP) um aluno relatou:

"A PM foi muito truculenta. Eles disseram que, se fosse na ditadura, nós seríamos espancados e fuzilados", disse a estudante Débora de Santana Guedes, de 19 anos. A corporação tem atuado rápido nesses casos para evitar que os protestos se alonguem por mais de 24 horas. Uma escola havia sido desocupada de forma similar na segunda-feira em Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo.

O movimento tem como reivindicação central a revogação da PEC 241 que foi votada e aprovada na terça feira dia 25 de julho 2016.  A PEC 241 congela por 20 anos os gastos destinados aos setores mais fundamentais para a população, como educação, saúde, segurança entre outros, diante deste desmonte trágico coloco novamente no Blog um video didático para entender o que esta em jogo.


Força aos secundas!
Seguimos longe, porém juntos nesta luta!

ES

Para saber mais
http://outraspalavras.net/brasil/secundaristas-a-potencia-das-novas-ocupacoes/

https://gremiolivre.wordpress.com

http://educacao.uol.com.br/noticias/2016/10/26/mais-de-mil-escolas-do-pais-estao-ocupadas-em-protesto-entenda-o-movimento.htm

http://educacao.uol.com.br/noticias/agencia-estado/2016/10/26/contra-onda-em-sp-policia-detem-alunos.htm


terça-feira, 25 de outubro de 2016

Dormir é para os Fracos!!


Texto baseado no livro "24/7 - O Capitalismo e o fim do sono" de Jonathan Crary, 2014.




Diante desta máxima estive a ler o livro 24/7 do norte americano Jonathan Crary, professor  de arte moderna e teoria da arte, titulado "O capitalismo e o fim do sono". Fui surpreendida ao perceber que de fato uma das últimas ações biológicas e humanas que o capitalismo ainda não se apropriou completamente é o sono, o descanso. O sono é a única fragilidade humana que não foi roubada pelo capitalismo, o dano ao sono aparece como uma das últimas barreiras naturais a serem superadas. 

O livro de forma bastante esclarecedora relata como realizam os testes iniciados nos Estados Unidos a partir dos Pardais de Coroa Branca que, ao migrar do Alasca até o norte do México conseguem permanecer 7 dias em voo. A justificativa estadunidense para tal pesquisa, a principio, foi a busca por militares mais capazes de permanecer acordados durante os conflitos.  Entretanto, já admitem que as pesquisas em relação ao sono já se ampliaram e que o desempenho maquínimico da vida social regida pelo capital já está completamente inserido no nosso cotidiano. O sono passou a ser visto como perda é comum ver pessoas que acordam ao meio da noite para checar ou responder mensagens em seus telemóveis é o modo de dormir “pausado” ou como nos computadores “dormir” quando ele está semi-desligado ou em stand by.

A maioria das necessidades aparentemente irredutíveis da vida humana — fome, sede, desejo sexual e recentemente a necessidade de amizade — foi transformada em mercadoria ou investimento. O sono afirma a ideia de uma necessidade humana e de um intervalo de tempo que não pode ser colonizado nem submetido a um mecanismo monolítico de lucratividade, e desse modo permanece uma anomalia incongruente e um local de crise no presente global (p.11). As rotinas 24/7 podem neutralizar ou absorver diversas experiências de retorno desnorteadoras que poderiam virtualmente minar o caráter substantivo, bem como a identidade do presente e sua aparente auto-suficiência (p.15). 

ES

Veja a entrevista com o autor:
http://blogdoims.com.br/o-sono-contra-a-mercantilizacao-quatro-perguntas-a-jonathan-crary/



domingo, 23 de outubro de 2016

Documentário CitizenFour - A juventude é uma máquina de mártires

O documentário CitizenFour foi realizado em 2014 e descreve o escândalo da espionagem realizada pela NSA e denunciado por Edward Snowden. Demonstrando como os Estados Unidos conseguem vigiar o mundo, por meio de espionagem ilegal, utilizando uma argumentação proteccionista após os ataques do 11 de setembro.

Talvez este seja um dos maiores escândalos das ultimas décadas e colocou a moralidade estadunidense, tão exacerbada, no chão. Um cidadão tipicamente comum resolveu encorajar-se e colocar o mundo em alerta acerca do modo como estamos sendo intimamente vigiados. A voz de Snowden e sua calma, perante abalo que tais denuncias poderiam causar, nos tras um alento de alguém que sabe o que vai enfrentar após tamanha revelação e, ao mesmo tempo, não teme por isto.   O documentário é encorajador quando nos vemos cada vez mais paralisados diante o medo e as incertezas que vivemos. 






sexta-feira, 21 de outubro de 2016

A invisibilidade das mulheres negras nos espaços académicos.

Suspeitemos do discurso legitimador.

Hoje participamos do 2º Colóquio sobre Estudos Feministas com um trabalho sobre a invisibilidade das mulheres negras nos espaços académicos. Nosso foco era debater as contradições de acesso e permanência nos espaços de decisão, construção de saber e transformação desde Equador, Brasil e America Central. O que percebemos desta situação é que ainda nos faltam dados para saber onde estão as mulheres negras, o que por quê elas não conseguem aceder determinados espaços em caracter de igualdade e quando conseguem, isto não lhes dá qualquer garantia transformadora do ponto de vista individual e social. Qual a singularidade da componente racial dentro da exclusão sofrida pelas mulheres negras e pela população negra de modo geral?

Perpetuamos o racismo, mas permanecemos sob o efeito do desconhecimento, do naturalismo, do efeito espontâneo de uma alienação que é diariamente perpetuada pelas instituições fundamentais.


quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Poetizando Carolina Maria de Jesus

Faz parte das grandes mulheres
não as que ostentam qualidades
ou exibem ousadias
mas as que guardam seu talento
para aflorar pela sensibilidade
de quem é capaz de percebê-lo.

Eis Carolina:
negra pobre autodidata
heroína em segredo
a viver em degredo
nas potencialidades de si mesma.

Maria Heloísa Martins Dias

Organização Internacional do Trabalho e o futuro dos trabalhadores.


Em 20 de Outubro de 2016 ocorreu a primeira sessão da simulação da Organização Internacional do Trabalho em Coimbra (Portugal). A sessão intenciona colocar os alunos estudantes e académicos em conjunto com os representantes do governo português e da OIT para debater o futuro do trabalho. Em breve farei aqui alguns destaques deste momento, mas já antecipo que está escancarado que o trabalhador não pode colocar sua sorte na mão de qualquer partido, instituição ou governo, nosso tarefa e transitar de uma consciência ingénua para uma consciência crítica, digo isto pensando que já não conseguimos ter uma perspectiva futura, vivemos três ou quatro anos de bonança e logo vem uma chamada "crise" para nos assolar. 




Fonte - Arquivo Pessoal 

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Erving Goffman e as nossas mascaras do cotidiano. A vida como uma dramaturgia.



Livro - A apresentação do Eu na vida Cotidiana - 

                                              
O sociólogo canadense Erving Goffman (1922-1982) considerado um dos sociólogos mais influentes do século XX. Deu seu contributo para sociologia numa demonstração do individuo como alguém que se simula ator perante as relações e a partir do modo como se insere nelas. “Do seu lugar de fala e de ação”.

O autor afirma que vivemos como em um palco, em que tudo se mostra simulado, mas as coisas que surgem na vida real nem sempre conseguem ser bem ensaiadas (p.17). Entretanto, estamos sempre a tentar controlar o modo como os outros nos veem, por meio de uma rotina de comportamentos irrefletida. Em uma tentativa parecermos melhor do que de fato somos, como uma fachada de maneira regulada e fixa. Um governante por exemplo, comunica-se primeiro com o estatuto social, já um vendedor ambulante comunica-se primeiro com o que é socialmente considerado profano (p.35) ou o mentiroso em seu modo mais precário de comunicação.

Seu objetivo não é a generalidade e sim uma analise dos sistemas fechados, em esferas institucionais. (A prisão, o hospital, a loja, o supermercado, etc.) Exemplificando com algumas situações da vida real em que frente as situações os indivíduos se colocam sinceros, cínicos (quando possuem, prazer em mascarar-se) e nestes papéis nos reconhecemos (p.32). Na perspetiva sociológica e generalizante, o autor nos impede de ampliar a análise, uma vez que, por intencionar debater os comportamentos em ambientes fechados e com os papeis já atribuídos socialmente, se esquece da determinação social ali implicada, ou seja, o meio social do qual partimos e existimos, das instituições e dos limites ao qual somos submetidos desde que nascemos a partir dos nossos contatos e acessos.

Todavia, consciente do seu trabalho, Goffman utiliza o eu como imagem apenas para exemplificar o que chamamos de sociologia das relações, mas que possui préstimo maior aos estudiosos da psicologia na busca por explicações aos comportamentos humanos, de modo individualizado, primeiramente, beirando as vezes um certo determinismo. Só é possível analisar os indivíduos separadamente quando separamos todas as estruturas sociais, como faz o próprio autor quando divide, técnica- estrutura- política- cultura (p.281) e deste modo não é possível pensar na totalidade e nas implicações da nossa socialização realizada somente por meio de fragmentos.


ES